Um lugar com mais de 700 anos de história
Um lugar com mais de 700 anos de história
Em 1271 inicia-se a construção do convento, com instalações para 50 frades eremitas calçados de Santo Agostinho, sendo as obras patrocinadas por D. Afonso III.
O convento tornou-se cabeça da Província de Portugal da Ordem de Santo Agostinho desde 1291 até à sua extinção em 1834. Segundo a tradição, em 1362, a Imagem de Nossa Senhora da Graça apareceu em Cascais, na rede de pescadores que a teriam vindo entregar ao convento da Graça no dia seguinte.
Em 1375 é construída a muralha fernandina, que envolveu o convento, até Sul. Segundo a lenda, a imagem de Nossa Senhora da Graça teria anunciado a vitória dos exércitos de D. João I na Batalha de Aljubarrota, sendo, por isso, feito um voto de vir todos os anos, em procissão, à Igreja, costume apenas interrompido durante a união ibérica entre 1580 e 1640.
Em 1472, instituem capela no convento, Rui Gomes de Alvarenga e D. Melícia de Melo, pais do vice-rei da Índia Lopo Soares de Albergaria. A 24 de Março de 1506, data da sua partida para a Índia Afonso de Albuquerque, deixa um testamento instituindo uma capela na igreja do convento da Graça, onde estavam sepultados seu pai e seu bisavô. Em 1530 é legalizada a cedência da capela, chamada de São Fulgêncio (atual baptistério), mandada edificar na antiga sacristia pelo referido Lopo Soares de Albergaria, para si e seus herdeiros, onde se encontrava sepultada sua mulher, D. Joana de Albuquerque.
Como sua descendência vem cair nos Vaz de Almada, por sua filha herdeira ter casado com D. Fernando de Almada, e serem senhores de Pombalinho precisamente por igual razão, passaram a ser estes a usá-la para sepultar os seus representantes.
Essa prerrogativa dura pelo menos até 8 de março de 1865, nessa altura ainda na posse dos condes de
Almada. Em 1544 El-rei D. João III doa ao convento os terrenos a norte e oeste, exteriores à referida cerca
Fernandina. Em 1551 o convento teria 70 frades e 13 capelas. Entre 1556 e 1565 é reedificada a igreja com três naves, por iniciativa do Vigário Frei Luís de Montoya, restando apenas o atual baptistério.
Em 18 de Maio de 1566, é feito o sepultamento dos restos mortais de Afonso de Albuquerque na capela-
mor. Os restos mortais de D. José Francisco de Mendonça, cardeal-patriarca de Lisboa, encontram-se
também sepultados neste espaço.
É realizada, na Quaresma de 1586, a primeira Procissão do Senhor dos Passos da Graça a pedido do pintor
Luís Alvares de Andrade.
Hoje, sob a organização da Real Irmandade do Senhor dos Passos da Graça, a mesma continua a sair para
percorrer a freguesia da Graça todos os anos, desde essa data, nessa mesma altura.